·· AGUARDO O PRÓXIMO FINAL DE SEMANA, AGUARDO O REENCONTRO, AGUARDO A viagem à EUROPA, AGUARDO A FORMATURA, AGUARDO O NOVO ANO, A PRÓXIMA DÉCADA. AGUARDO MEU PRIMEIRO EMPREGO, MEU PRIMEIRO FILHO. AGUARDO O PRIMEIRO FIO DE CABELO BRANCO, AS RUGAS, O PRIMEIRO NETO, TALVEZ. AGUARDO O CÉU ·· MAS SE porventura O CÉU DECIDIR CHEGAR ANTES DA MINHA APOSENTADORIA OU QUEM SABE ATÉ MESMO ANTES DO MEU TÃO SONHADO REENCONTRO, NÃO TEM PROBLEMA! ·· POIS O CÉU É O QUE MAIS AGUARDo··

sábado, 22 de maio de 2010

aprendendo com davi

ontem eu li:

“Davi, na beleza e vigor da sua jovem varonilidade, estava se preparando para assumir uma elevada posição, entre os mais nobres da terra. Seus talentos, como dons preciosos de Deus, eram empregados para exaltar a glória do Doador divino. Suas oportunidades para a contemplação de meditação serviam para enriquecê-lo daquela sabedoria e piedade, que o tornavam amado de Deus e dos anjos. [...] O amor que o movia, as tristezas que o assediavam, os triunfos que o acompanhavam, tudo eram assuntos para seu ativo pensamento; e, ao ver o amor de Deus em todas as providências de sua vida, seu coração palpitava com mais fervorosa adoração e gratidão, sua voz soava com mais opulenta melodia, sua harpa era dedilhada com alegria mais exultante; e o moço pastor ia de força em força, de conhecimento em conhecimento; pois o Espírito do Senhor estava sobre ele.” Patriarcas & Profetas, pág. 642


que seja assim na minha vida também.
feliz sábado.
estou aguardando.

quarta-feira, 12 de maio de 2010

tudo é tudo




lá em casa sempre acontece uma coisa engraçada e um tanto quanto intrigante. reparem bem:

cena 1:

vamos ao shopping. papai dirige. é sábado a noite de final de semana de feriado. a fila de carros dobra a esquina e todos esperam sua vez com a pobre mulher que trabalha dentro daquela caixinha amarela : “seja bem-vindo, retire o seu ticket”. a não ser que seja há 3 milhas da porta de entrada, procurar uma vaga nestas circunstâncias é como tentar encontrar o “Wally” nas cenas poluídas: uma tarefa possível, mas que exige calma, tempo, determinação, visão certeira e muita, muita paciência! mesmo assim papai fez questão de passar na frente da entrada principal, entrou no primeiro corredor de estacionamento e voilà: uma vaga!

hm! ok!

cena 2:

é férias e tiramos alguns dias pra ir à praia. legal. é hora do almoço e naquele dia as mulheres da casa pediram folga de cozinha. fomos em comboio de dois carros procurar um restaurante que tivesse um poucos menos de 45,3 humanos por m2. depois de andar longos minutos pela avenida principal da cidade, avistamos um lugar que na frente esperavam apenas 319 pessoas (e não 582 como nos outros estabelecimentos), ok!, paremos pois. mas... aonde mesmo? o comboio se dividiu. eu, no carro do papai, só prestando atenção: passou na frente da porta, dobrou a primeira rua à direita e voilà: uma vaga! quinze minutos depois chegaram os componentes do carro 2.

ué?! hm! ok!

3ª e última cena:

é inauguração de uma pet shop - um grande evento que contará com a presença do prefeito, vereadores, deputados e a mídia estará em peso. papai decide ir. chega atrasado e quando começa a dar seta para começar a procurar vaga à direita, um outro carro que já estava estacionado bem em frente ao pet shop começa dar seta à esquerda como quem pede para sair. meu pai pergunta: “tá saindo?”, o moço responde: “tô sim!”. papai segura o trânsito pro moço, o moço sai, meu pai estaciona no lugar dele e pronto. uma vaga!

como assim? hein?!

(OK, OK.. esta última cena de fato não aconteceu. mas SE tivesse acontecido teria sido exatamente como descrevi.)

a questão é: pode ser o dia que for, o casamento que for, o shopping que for, a feira que for, a conferência geral que for - meu pai encontra uma vaga, e logo! e isso já virou uma verdade, uma tradição. ·· das primeiras vezes não reparávamos, mas depois da terceira, quarta, quinta, sexta vez!, ficamos intrigados e acabou virando motivo de brincadeiras e risadas entre a família.

·· até que uma vez a história se repetiu e todos no carro já começamos a rir: não é possível tanta coincidência! enquanto ríamos, ouvimos a sábia e calma voz do meu pai vinda do banco do motorista. a voz que sempre nos faz calar e ouvir. e agora ela dizia:

- Sabe por que nunca falta vaga para mim? Porque eu sempre oro antes de sair de casa, e Deus conduz cada detalhe da minha saída!

··

·· lembrei-me desta história hoje ao ler um e-mail do namorado que me contava da sua viagem da liga estudantil: “Essa loucura aqui de avião, viagem e tudo mais, parece que você acaba ocupando seu tempo com todas as outras coisas menos com Deus, ignorando a Sua promessa de que todas as coisas seriam acrescentadas se buscarmos Ele, e somente à Ele primeiro.”

verdade!

quando leio mateus 6:33: “mas, buscai primeiro o reino de Deus, a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas”, não me dou conta do fato de que “todas”, são absolutamente todas.

as promessas de Deus foram feitas para serem reivindicadas e não há mal nenhum em fazer isso. algumas promessas, porém, exigem uma condição, e no caso desta ela se torna bem clara e imperativa: “buscai”!

·· tudo o que Deus pede é que eu O busque antes mesmo de colocar o pé para fora da cama; mas, se por um acaso isto acontecer, que seja para dar apoio à outra perna que está se ajoelhando. feito isto, deixarei Deus ser Deus, e Ele saberá exatamente o que fazer.

ao final do dia verei que não era apenas uma vaga de carro, uma loja aberta, um livro ou um encontro inusitado. ao findar a semana entenderei que não era simplesmente um sermão, uma ligação, um folheto ou um sábado. ·· e ao final de tudo meus olhos se abrirão e enxergarei que, o que antes era tido apenas como sendo "pequenas coincidências", eram, na verdade, grandes providências.


não estou longe de alcançar o que Deus espera me dar. e agora eu sei, que se eu O buscar antes de tudo, eu terei nada menos ... que tudo!

e assim, eu vou aguardando.

terça-feira, 11 de maio de 2010

e nada me faltaria


·· hoje comecei o dia mal. comecei sem procurá-Lo.

foi uma noite mal dormida, foi um e-mail torto logo pela manhã, foi a rua congestionada em horário escolar (sim, acordo ao som dissonante de crianças gritantes), foi a volta à casa para buscar o cartão da catraca, foi o nervoso motorista da van que quase transformou meu humilde automóvel num carrinho de rolemã, foi a fumaça do caminhão tostando o meu pulmão, o impresso do projeto que eu iria (note a conjugação: futuro do pretérito) apresentar aos coordenadores do hospital, a dor de estômago súbita (gastrite nervosa é o nome disso) quando o imaginei bem lindo em cima do criado da sala (sim! eu o esqueci!), a leve chamada que levei da professora pelo atraso. tudo isso, e isso nada, nos primeiros 50 minutos do meu dia.

·· e eu não O havia procurado.

caminhei pelos corredores cinzas do hospital em direção ao elevador pensando no que as 17 horas que ainda restavam no dia me preparavam. não conseguia olhar pra outra direção senão pra baixo, e pra baixo somente. pensava na catraca, no projeto, no motorista da van, no trabalho sobre o móvel, na apresentação que teria que ser adiada, na repreensão pelo atraso e, novamente, por não O ter procurado.

de frente ao elevador. foi nessa hora que meus olhos se direcionaram para cima à fim de me dar um pouco de direção. ·· foi nessa hora que O encontrei, ··  ali!, nas costas da gestante que já se contorcia de dores do parto e que, com a ajuda do marido, andava, que li: ·· “O Senhor é meu pastor e nada me faltará” ·· salmo 23:1 ··

·· foi ali que me dei conta que eu não O procurei, mas Ele me encontrou.

senti um alívio súbito e meus olhos marejaram naquele mesmo instante. me vi como sendo a ovelha perdida da parábola (lucas 15: 3 à 7). e quando eu digo perdida eu quero dizer que não precisei sair da igreja, ir pra balada, fumar, beber, matar, roubar ou mentir. negligenciei uma leitura, uma oração, um encontro ·· e “apenas” isto, sozinho, já é o suficiente pra me manter longe. perdida.

pedi perdão por não procurá-Lo como deveria e não ter entregue à Ele o meu dia e meus detalhes. ·· Ele gosta dos meus detalhes.

agradeci pela promessa de que, eu procurando ou não, Ele sempre seria o meu bom Pastor e que nada iria me faltar ... e nada mesmo me faltou!


boa noite.

(escrito no dia 5 de maio de 2010)


segunda-feira, 10 de maio de 2010

vivível



·· hoje, enquanto os australianos ainda mantinham o sol para eles, levantei-me do ninho de edredon lá no interior para dirigir-me à paulicéia. senti que o mês de maio já começa a dar introdução ao de junho - o frio está chegando! e a maior prova disso é a minha calça jeans que acordou mais gelada que os outros dias. dureza!

é segunda-feira, e, quem é paulistano, sabe que isso é sinônimo de sair mais cedo de casa pois o trânsito neste dia tem a capacidade de ser mais anti-natalino ainda! é sinônimo também de mais ibope para a rádio sulamérica trânsito (92.1 FM ou @rstnoar) - um abençoado meio de comunicação que já me ajudou a fugir de um congestionamento por acidente, e que me dá tempo de preparar o psicológico, montar a sequência de cd’s e ainda formular meu discurso à professora do estágio me justificando pelo atraso quando o trânsito é inevitável. e é por isso que proponho um brinde, neste momento, à sulamérica trânsito. vida longa!

·· mas o que eu queria mesmo comentar era a primeira frase do dia do locutor de hoje, que foi a seguinte: “bom dia! é... são paulo é uma cidade que tem suas complicações, mas ainda é vivível.” (no sentido de "suportável")

não pude conter uma risadinha irônica na hora: “vivível?” sério?!

quem quer morar num lugar vivível?

aposto que quando era menor você nunca sonhou: “quando eu crescer eu quero ter um trabalho trabalhável, morar numa casa morável, comer comidas comíveis e casar com alguém casável!”

como boa interiorana que sou fui logo culpando a desvairada paulicéia por ser nada mais que suportável, e meu apelo inicial neste post seria baseado na enfermeira que há em mim: "dêem um tempo para suas rinites. enquanto e quando puderem busquem um mínimo de resquício do éden que ainda existe neste mundo mais cinza do que azul". e, provavelmente, concluiria alguma coisa neste sentido.

·· mas agora escrevendo pra vocês (tem alguém lendo isso aqui? você, né mãe?) é que eu me dou conta da dimensão que este devaneio pode tomar. deixando de lado o meu regionalismo e buscando um pouco do meu cristianismo, eu vejo mais. ·· eu vejo que, depois do pecado, a maior classificação que o mundo pode receber como habitação é “um lugar vivível”, suportável!, e não mais do que isso. ·· e graças à Deus por isso.

é bom que este lugar seja “vivível”. é bom que eu tenha de suportá-lo. quanto menos me habituo com o que aqui há, mais cumpro uma intenção. ·· o plano inicial e a verdadeira intenção é de aguardarmos o mundo que realmente foi preparado para nós.

·· e é por isso que não devo amar são paulo, nem o interior (sim, eu admito!), nem o mundo e nem as coisas que há no mundo. ·· i joão 2:15 ··

a única razão por este mundo ainda ser “vivível”, é esta: “vou preparar-vos lugar. e quando eu for, e vos preparar lugar, virei outra vez, e vos levarei para mim mesmo, para que onde eu estiver estejais vós também.” ·· joão 14:2 e 3 ··

quero que meus esforços diários sejam voltados à fim de me preparar para o mundo definitivo - o perfeito e divino.

... e assim, eu aguardo.

domingo, 9 de maio de 2010

ela

·· foi numa pequena cidade do interior do paraná que ela viu o primeiro feixe de luz. ganhou um nome diferente e um plano divino. a separação dos pais, a infância e juventude difíceis exigiram dela um amadurecimento precoce.
era bonita e tímida.
menina e mulher.

com o coração machucado e sincero procurou Àquele a quem acreditava ser esperança de uma vida mais segura e feliz. procurou e encontrou. encontrou nEle sua mãe e seu pai, seu novo Guia e Pastor. Ele a guiou por caminhos verdejantes e planos seguros.

·· no novo e garboso hóspede da pensão enxergou potencial para pai de seus três filhos - corpo atlético estilo manequim da “zara”, cabelos sedosos na altura do ombro e calça boca de sino - é ele! antes, porém, apresentou-lhe seu Pai, e uma vez concedida a permissão, ambos passaram a partilhar da mesma fé, dos mesmos votos, da mesma casa, dos mesmos sonhos.

·· chegou o primeiro filho: loiro, bonito, intenso, sensível e talentoso. deixava casa e igreja dinâmicas com sua hiperatividade. acharam por bem dar ao pequeno uma companhia e ocupação ·· e lá vem o segundo: moreno, olhos claros, bonito, calmo e inteligente. fazia toda a família perder a hora após desmontar os relógios da casa à fim de desvendar sua complexidade. ·· uma “breve” pausa de “curtos” 8 anos e lá vem a terceira. bem, a lógica familiar concluiu o seguinte: “o primeiro é loiro, o segundo tem olhos claros, a terceira, certamente, será a ana hickmann.” e qual não foi a surpresa? (quem lê, entenda.)

“família completa!” (ou era o que achavam...)

depois disso ela muito encarou. encarou [literalmente] um frio chamado: empacotou sua vida, vestiu seus três filhos, posicionou-se ao lado do marido e partiu. parou no meio do caminho, despediu-se dos mais velhos e continuou a viagem até o destino final. ·· a partir de agora seriam três. ·· encarou nova casa, novo povo, nova cultura, nova língua. não tinha água que não fosse congelada no alto das montanhas e debaixo das botas, não tinha amigos para conversar ou trocar a receita da sopa de ervilha. encarou a saudade dos meninos e tudo o que tinha na sua bagagem era fé.

e foi a fé que a trouxe até aqui. ·· fiel esposa e mãe agora de não apenas três, mas dezenas de outros “lovinhos”.

·· hoje, falo do seu exemplo em ser esposa, mãe de muitos e principalmente serva de Deus. falo das suas boas ideias que tem trazido centenas de jovens ao aprisco; falo da sua praticidade em resolver tudo, de como abre mão do seu tempo para servir à outros e do desapego ao que é temporal. falo daquela que não pensou duas vezes em viajar de madrugada para dar colo à uma filha inconsolável e daquela que me ensinou que os copos devem ser lavados antes dos pratos para não engordurá-los ainda mais.

falo dela - minha mãe.

ela é ainda mais bonita e um pouco menos tímida.
mulher e um pouco menina.


feliz dia, mãe. eu te amo.